quarta-feira, 17 de abril de 2013

Degelo na Antártida se intensifica em 50 anos.


Degelo na Antártida se intensifica em 50 anos.

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Um estudo divulgado nesta segunda-feira indica que o degelo atual do verão antártico está dez vezes mais rápido que há 600 anos.
De acordo com o trabalho, publicado na revista especializada "Nature Geoscience", esse fenômeno se intensificou ainda mais nos últimos 50 anos.
Para chegar a esses resultados, os cientistas perfuraram, a uma profundidade de 364 metros, calotas da ilha James Ross, no norte da geleira antártica.
O objetivo dos pesquisadores era medir as temperaturas de centenas de anos que ficaram registradas no gelo.
As sucessivas camadas na geleira revelam o movimento de degelo e de congelamento que ocorreu, e ao medir a espessura destas camadas, os cientistas foram capazes de comparar as variações de temperatura nas camadas mais superficiais com as do núcleo de gelo ao longo dos últimos mil anos.
Robin Bell/Divulgação
Capa de gelo perto das montanhas Gamburtsev, na Antártida
Capa de gelo perto das montanhas Gamburtsev, na Antártida
Constatamos que, há 600 anos, havia condições mais frias na península antártica e uma menor quantidade de gelo derretido", disse Nerilie Abram, líder do trabalho e pesquisadora do British Antarctic Survey de Cambridge, no Reino Unido.
Naquela época, as temperaturas eram aproximadamente 1,6 grau Celsius menor que as registradas no fim do século 20, e a proporção de neve que derretia a cada ano e depois voltava a congelar era de 0,5%, segundo Abram.
"Hoje, a quantidade de neve que derrete a cada ano é dez vezes maior."
Apesar do aumento regular das temperaturas que ocorre há centenas de anos, o degelo se intensificou a partir da metade do século 20, afirma o novo estudo.
Isso significa que o aquecimento na Antártida alcançou um nível em que até leves aumentos de temperatura podem provocar uma forte aceleração do degelo.
Fonte:Folha de São Paulo

Outros tipos de explosões



Explosões em Aleppo deixam pelo menos 48 mortos



De acordo com fonte local, balanço de vítimas pode ser ainda pior do que estimativas inicial Foto: Reuters

Pelo menos 48 pessoas morreram, em sua a maioria soldados, em atentados com carros-bomba nesta quarta-feira no centro de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria e grande metrópole do norte do país disputada desde julho por rebeldes e Exército.
Ao mesmo tempo, o Exército realiza uma grande ofensiva na região oeste de Damasco, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), militantes e jornalistas da AFPque relataram uma presença militar incomum na região.
Mais ao norte, ao menos 15 soldados morreram em ataques de rebeldes coordenados contra postos militares e em combates em Bdama, uma localidade da província de Idleb, de acordo com o OSDH, que se baseia em uma rede de testemunhas e militantes.
Do outro lado da fronteira turca, obuses disparados a partir do lado sírio mataram cinco pessoas, entre elas uma mulher e uma criança, e feriram outras nove na cidade de Akçakale, atingida nos últimos dias por disparos de artilharia e obuses efetuados em combates entre rebeldes e o Exército, anunciou o prefeito da localidade.
O vice-primeiro-ministro da Turquia, Besur Atalay, afirmou que "o incidente é muito grave", enquanto o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, convocou uma reunião de emergência no Ministério das Relações Exteriores. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan se reuniu com conselheiros para, segundo uma fonte, estudar uma eventual resposta.
Em Aleppo, a maioria dos mortos e feridos do triplo atentado "são membros das forças governamentais. As explosões tiveram como alvos um clube de oficiais militares e postos de controle do Exército", ressaltou o OSDH, citando fontes médicas. Uma autoridade local havia anunciado pouco antes o registro de "37 mortos e dezenas de feridos", muitos em estado grave.
Dois carros-bomba explodiram em um intervalo de um minuto em duas ruas próximas a um clube de oficiais militares, que fica perto da famosa Praça Sadala al-Khabiri, no coração de Aleppo. Um terceiro carro-bomba explodiu a 150 metros da praça.
"Ouvimos duas explosões muito fortes, era como se as portas do inferno se abrissem", contou à AFP Hassan, funcionário de um hotel de 30 anos. "Eu tirei dos escombros uma criança de menos de dez anos que perdeu uma perna", declarou um comerciante. A televisão oficial Al-Ijbariya exibiu imagens de dois edifícios totalmente destruídos na praça e de corpos ensanguentados entre os escombros. Os ataques ainda não foram reivindicados.
Acessos bloqueados 
Na província de Damasco, os bairros periféricos de Qoudssaya e de Al-Hama, dois redutos rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL, composto por desertores e civis armados), foram "bombardeados por tanques do Exército que, além disso, realiza perseguições e prisões nos arredores", segundo o OSDH. De acordo com um militante em Damasco, o exército cortou todos os acessos a esses bairros, que já haviam sido atacados, "mas não de forma tão violenta".
No bairro de Doummar, jornalistas da AFP e habitantes viram ao menos três tanques e sete caminhões militares, assim como muitos soldados, nas ruas. Ao menos quatro acessos à capital foram bloqueados, inclusive para as famílias que tentavam levar seus filhos para a escola.
A província de Damasco, assim como os quatro bairros da periferia da capital, é palco de violentos combates desde meados de julho. O jornal oficial Al-Baath anunciou na terça-feira que o fim das operações de segurança em Damasco está próximo. Em todo o país, mais de 100 pessoas morreram em meio à violência, segundo um registro provisório do OSDH.
Na província de Hama (centro) pelo menos 16 pessoas, entre elas três crianças e cinco mulheres, morreram durante o bombardeio pelo Exército sírio de um vilarejo, Sahn.Com mais de 31.000 pessoas mortas em 18 meses de conflito, em sua maioria civis, de acordo com o último levantamento do OSDH, não há uma solução à vista para o conflito sírio devido às divisões da comunidade internacional, entre o Ocidente, que defende a saída de Assad, e o eixo Rússia-China-Irã, aliados de Damasco.
Neste contexto, o mediador internacional Lakhdar Brahimi deve retornar a região nesta semana na esperança de conseguir uma redução da violência.Sobre as preocupações de vários líderes internacionais, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil El-Arabi, considerou que as consequências da crise síria "poderão ser catastróficas, não apenas para a Síria, mas para todo o mundo árabe".
A violência na Síria tem tido reflexos nos países vizinhos, com combates nas fronteiras e a chegada incessante de refugiados a países como Turquia, Líbano e Jordânia. O número de sírios refugiados em países fronteiriços triplicou nos últimos três meses, superando os 300.000, anunciou o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), que acredita que este número deva duplicar até o fim do ano.

Suspeito é detido


TV diz que suspeito de ataque em 





Boston foi detido e depois recua


Imagens de segurança ajudaram a identificar suspeito, diz imprensa.
Vídeo mostraria homem chegando e saindo de local de uma das explosões.

A TV CNN afirmou que um suspeito do ataque à Maratona de Boston havia sido detido nesta quarta-feira (17), mas depois desmentiu a informação.
Segundo a rede, a informação da prisão foi passada para seu jornalista Fran Townsend por uma fonte de segurança, mas depois foi desmentida por três outras fontes.
Fontes do governo e das forças de segurança ouvidas pela agência Reuters, a Polícia  e a Promotoria de Boston também negaram prisões.
Segundo a agência Reuters, a CNN e outros meios de imprensa, as autoridades buscam um suspeito identificado por intermédio de um vídeo do circuito interno da loja Lord & Taylor.
Mochila preta
O homem que, segundo a imprensa, teria sido identificado no vídeo, tinha uma mochila preta e aparecia se dirigindo rumo ao local da explosão de uma das duas bombas que deixaram 3 mortos e mais de 176 feridos na segunda-feira próximo à linha de chegada da corrida.
Segundo a CNN, o homem sob custódia trata-se de um homem de pele escura, que aparece chegando e saindo do local da explosão.
arte mapa boston versão 5 (Foto: 1)
Um anúncio oficial sobre o andamento das investigações ia ser feito pelas autoridades às 17h locais (18h de Brasília) desta quarta, mas o FBI anunciou que ele foi adiado para hora ainda não determinada.
Uma fonte do governo ouvida pela agência Reuters afirma que ainda não era conhecido o nome do suspeito.
Até agora, o FBI (polícia federal dos EUA), que lidera as investigações, dizia não ter ideia sobre a autoria ou as motivações do atentado.
Ninguém havia reivindicado o atentado, que, segundo o governo, pode ter autores americanos ou estrangeiros.
O presidente americano Barack Obama tratou o ataque como um "ato de terror" e prometeu punir os responsáveis.
Investigação
Investigadores recolheram milhares de provas, de fotos tiradas de telefones celulares na hora da explosão a pedaços de estilhaços retirados das pernas das vítimas.
Com base em fragmentos de metal, tecido, fios e uma bateria recuperados na cena das explosões, o foco voltou-se para quem pode ter feito as bombas dentro de panelas de pressão e as levado em pesadas bolsas de nylon preto para a linha de chegada da corrida, uma das mais famosas do mundo e assistida por milhares de espectadores.
Um trecho de quase um quilômetro da Rua Boylston e de vários quarteirões próximos permaneceram fechados, enquanto investigadores procuravam pistas do pior ataque em solo norte-americano desde os ataques com aviões sequestrados em 11 de setembro de 2001.
Cidades em todo os Estados Unidosestavam em alerta depois das explosões de segunda-feira em Boston.
Somando-se ao nervosismo, o FBI informou que uma correspondência endereçada ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com uma substância suspeita foi recebida no setor de triagem de correio da Casa Branca, na terça-feira, e que testes preliminares mostraram que continha o veneno letal ricina.
Na terça-feira, autoridades norte-americanas interceptaram uma carta enviada ao senador do Mississipi Roger Wicker que testes preliminares também mostraram conter ricina.
O FBI disse, no entanto, que os agentes não haviam encontrado nenhuma ligação entre as cartas e o ataque em Boston.
As três pessoas mortas com as explosões na linha de chegada da maratona foram um menino de 8 anos, uma mulher de 29 anos e uma estudante chinesa de pós-graduação da Universidade de Boston.
www.globo.com.br
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Contra queimadas, Ministério declara estado de emergência ambiental


17/04/2013 09h21 - Atualizado em 17/04/2013 09h21


Ato facilita contratação temporária de brigadistas em 19 estados e no DF.
Medida foi publicada pelo Diário Oficial da União.

Do G1, em São Paulo

Foco de incêndio em área da floresta amazônica que está em regeneração. Desde o começo do ano, Pará registrou 4.039 focos de queimada, segundo o Inpe (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)Foco de incêndio em área da floresta amazônica (Foto: Paulo Whitaker/Reuters/Arquivo)
OMinistério do Meio Ambiente decretou nesta quarta-feira (17) estado de emergência ambiental em 19 estados e no Distrito Federal, já tendo em vista o período de secas, quando são mais comuns os focos de incêndio nas florestas brasileiras. A medida foi publicada no Diário Oficial da União e já está em vigor.
A declaração do estado de emergência ambiental agiliza a contratação temporária de brigadistas para o controle dos focos de incêndio. Cada brigadista pode ser contratado por até seis meses, e a lei permite que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contrate até 2.520 pessoas para a função.
A medida foi tomada considerando a ameaça que o período seco representa, de acordo com dados históricos, e considerando também o tempo necessário para selecionar e contratar esses brigadistas.
No texto publicado pelo Diário Oficial da União, o Ministério do Meio Ambiente destaca também que as queimadas representam uma das principais fontes de emissão de carbono do Brasil. Desta forma, segundo a pasta, o combate aos focos de incêndio representa também o esforço brasileiro para honrar os compromissos internacionais contra a mudança climática
O período em que o estado de emergência ambiental fica vigente varia de acordo com as características climáticas de cada área, inclusive com subdivisões dentro dos estados. Há regiões em que a medida vale até os primeiros meses de 2014 – a mais longa vai até maio, na Região Metropolitana de Salvador.
No total, a medida vale para 20 unidades da federação: AcreAmapáAmazonasBahia,Ceará, Distrito Federal, GoiásMaranhãoMato GrossoMato Grosso do SulMinas GeraisParáParaíbaPernambucoPiauíRio de JaneiroRondôniaRoraimaSergipe eTocantins.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Projeto do Inpe protege rede elétrica de raios.


Projeto do Inpe protege rede elétrica de raios.

FERNANDO TADEU MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) lançará neste mês mais uma etapa do ClimaGrid, projeto de proteção da rede elétrica desenvolvido em parceria com empresa EDP, distribuidora de energia da região do Vale do Paraíba e Espírito Santo.
O projeto, que começou há cerca de dois anos, tem como objetivo usar as informações meteorológicas para a otimização das redes de distribuição de energia elétrica.
"Na primeira etapa do projeto foram desenvolvidas todas as ferramentas de previsão climática. Agora, estamos implementando e avaliando sua eficácia", diz Osmar Pinto Júnior, do grupo de eletricidade atmosférica do Inpe.
Segundo o pesquisador, antes a previsão meteorológica era dada com 24h de antecedência, mas com pouca precisão espaço-temporal.
"Hoje, conseguimos prever com 24h de antecedência a ocorrência de descargas elétricas com uma margem de erro de 5 km. Com isso, a empresa pode direcionar sua equipe de prevenção para a área designada."
Apenas quatro instituições no mundo, além do Inpe, possuem tecnologia similar de previsão de raios com tamanha antecipação e precisão.
O sistema foi implantado para testes em outubro de 2012 e permitiu uma comparação com o ano de 2011.
Segundo dados do Inpe na área de concessão da EDP no Estado de São Paulo, no verão entre 2011 e 2012 foram registrados quase 55 mil raios; no mesmo período de 2012 e 2013, o número de raios foi de quase 100 mil.
O projeto Climagrid, que é de uso exclusivo da EDP, deve terminar ainda neste ano. O grupo de pesquisadores está avaliando o comportamento da rede. "Até o final do ano o sistema deve estar operando de forma plena."

terça-feira, 9 de abril de 2013

Poluição do ar reduz raios solares sobre o mar e afeta corais, diz estudo



Fenômeno faz com que algas produzam menos energia pela fotossíntese.
Questão pode influenciar ecossistemas inteiros no oceano.

Do G1, em São Paulo

O autor Lester Kwiatkowski examina corais no Caribe (Foto: Mak Yiu Ming/Universidade de Exeter/Divulgação)O autor Lester Kwiatkowski examina corais no Caribe (Foto: Mak Yiu Ming/Universidade de Exeter/Divulgação)
Um estudo publicado neste domingo (7) aponta que a poluição do ar pode ter influência direta sobre os recifes de corais porque reduz a incidência de raios solares sobre o oceano, o que desequilibra os ecossistemas marinhos. A pesquisa foi liderada por Lester Kwiatkowski, da Universidade de Exeter, na Inglaterra, e publicada na edição online da revista “Nature Geoscience”.

Com menos luz, as algas que fazem fotossíntese acabam produzindo menos energia, o que afeta a cadeia alimentar marinha. Isso começa pelos corais, que, apesar de formarem estruturas fixas no fundo do mar, são animais e dependem da energia produzida pelas algas. Dessa forma, a redução da quantidade de luz no mar enfraquece os corais.
Pequenas partículas de carbono suspensas no ar, que podem vir tanto de erupções vulcânicas quanto da queima de combustíveis fósseis, refletem de volta a luz solar. Desta forma, as nuvens ficam mais brilhantes, mas menos luz do sol chega ao mar.
Os recifes de corais servem de abrigos para vários outros animais marinhos e proporcionam diversos ecossistemas no oceano. Assim, tudo que os afeta também pode pôr em xeque todo o equilíbrio da vida marinha.
Esta não é a única maneira como as emissões de carbono ameaçam os corais. Quando a concentração de CO2 aumenta na atmosfera, a água do mar tende a ficar mais ácida, o que torna os esqueletos dos corais quebradiços, conforme já mostraram estudos anteriores.

Fonte: G1

Vazamento de Petróleo da Petrobras


VAZAMENTO FOI DE 3,5 METROS CÚBICOS, DIZ PETROBRAS
TRABALHOS DE CONTENÇÃO E REMOÇÃO DOS RESÍDUOS DA ÁGUA FORAM CONCLUÍDOS NO FIM DA TARDE DE SEGUNDA, DE ACORDO COM A EMPRESA



Petrobras (Foto: Divulgação)


A Transpetro, subsidiária da Petrobras, informa que, após análise de relatórios, constatou que o volume de combustível marítimo que vazou de uma linha no píer do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião (SP), na sexta-feira (05/04), foi de 3,5 metros cúbicos.

Segundo a empresa, no final da tarde de segunda-feira, os trabalhos de contenção e remoção de resíduos da área atingida pelo combustível foram concluídos e houve a desmobilização dos recursos de contingência na região do pier e das praias.

"A decisão foi adotada, em acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), após sobrevoos, nos quais foi constatado que os trabalhos de limpeza foram bem sucedidos", informa.

As equipes seguem atuando nas inspeções e no recolhimento de amostras em toda a orla de São Sebastião e Caraguatatuba, conforme prevê o Plano de Ação de Monitoramento, acordado com o órgão ambiental, diz a Transpetro.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cantina italiana tira o tomate do menu em protesto contra a inflação.


Cantina italiana tira o tomate do menu em protesto contra a inflação.

SÃO PAULO - Apesar da larga presença do tomate na culinária italiana - do filé à parmegiana à pizza mussarela, passando pela bruschetta - a tradicional cantina Nello's, de São Paulo, resolveu banir o alimento do seu cardápio. A mudança radical no menu está explicada em um cartaz na porta de entrada, onde o proprietário, Augusto Melo, manifesta seu protesto contra a inflação. "Em respeito à nossa história, nos recusamos a aceitar a alta exagerada de preços o tomate".
O preço do tomate no atacado, na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), chegou a R$ 4,11 o quilo em fevereiro, o dobro de valor em fevereiro do ano passado. Logo após a Páscoa, o preço saltou para R$ 9,00 no atacado e já chega a R$ 12 nos supermercados.
"Para uma cantina italiana, este tipo de situação é extremamente desagradável, mas temos um compromisso com preços justos para a nossa clientela", justifica Augusto Melo. Segundo ele, a caixa de tomates de 20 quilos custa normalmente entre R$ 20 e R$ 35, mas na semana passada chegou a R$ 180 no mercado atacadista. Ele costuma comprar uma tonelada de tomates por semana para servir cerca de 200 refeições por dia durante a semana e 400 aos sábados e domingos.
O proprietário da cantina, que funciona há 38 anos no bairro de Pinheiros, divulgou um manifesto no Facebook com a explicação de que o boicote ao tomate vai continuar enquanto os preços não voltarem ao normal. Mais de 500 internautas haviam manifestado apoio ao protesto até a tarde desta quarta-feira.
"Nem nos tempos de hiperinflação os preços variavam tanto e de forma tão brusca", desabafa o empresário. Segundo ele, não existe explicação aceitável para a alta dos preços. "O que mais preocupa é que os preços jamais voltam ao nível anterior depois da elevação", reclama. Ele contesta a postura do governo Dilma em relação ao assunto: "O governo insiste que devemos trocar um pouco de inflação para termos crescimento, mas preferimos ficar sem mercadoria a repassar um aumento abusivo para os nossos clientes.
Os fregueses do restaurante estão sendo orientados a trocar o filé a parmegiana pelo filé a milanesa, e o tomate não entra mais nem nas saladas. Segundo Augusto Melo, até agora ninguém reclamou. Ao serem informados dos motivos da falta de tomate, todos concordam e prometem boicotar o produto também nas compras domésticas.
O empresário defende que todos os consumidores passem a boicotar os preços que estão subindo exageradamente, inclusive na hora de comer fora de casa. "Eu saio muito para visitar outros restaurantes, para saber como está o mercado, e tenho ficado assustado com os preços que estão cobrando por aí", reclama. Segundo ele, a única forma de evitar a volta da inflação é a população se conscientizar e parar de aceitar abusos.
Feijão. A alta do preço do feijão carioquinha também provocou um protesto de outro estabelecimento comercial em São Paulo. O supermercado Joanin, de São Caetano, colocou um aviso na gôndola de cereais orientando os consumidores a optarem por outros produtos enquanto os preços não voltam ao normal. Diz o aviso: "Os preços do feijão carioca subiram muito porque os produtores reduziram a área plantada. Por isso a falta do produto. Como sugestão, troque o feijão por outros alimentos: feijão preto, fradinho, ervilha, fubá (polenta). Reduza a compra do feijão carioca. A situação deve melhorar em 30, 45 ou 60 dias". Procurada, a rede não se manifestou. 

Mesmo com restrições da Anvisa, fruta 'milagrosa' vira sensação em PE



Noni é encontrado facilmente em mercados e feiras do Grande Recife. 
Produtos que contenham fruto, natural da Ásia, têm venda proibida.

Renan HolandaDo G1 PE

Noni (Foto: Renan Holanda / G1)Fruto exala um cheiro forte. (Foto: Renan Holanda / G1)
Uma fruta verde de tamanho médio e cheiro forte está entrando na rotina de muitas pessoas que vivem na Região Metropolitana do Recife e sofrem dos mais variados tipos de doenças. O noni, como é chamado o fruto da árvore Morinda Citrifolia, pode ser encontrado facilmente em feiras livres e mercados públicos e tem sido utilizado por pessoas que sofrem desde dores de cabeça até pacientes com diabetes. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede a importação, comercialização e uso de produtos derivados da fruta. De acordo com a agência, os estudos científicos realizados até o momento, apesar de não conclusivos, revelam alguns casos de danos ao fígado e aos rins.

O taxista Paulo César Tavares, 44 anos, é um dos que defende a fruta. Diagnosticado com diabetes há três anos, ele enumera uma série de melhorias conquistadas desde que começou a tomar o suco de noni, forma mais popular de consumo. Tavares prepara a bebida por meio de uma mistura com uva. “Com apenas três semanas, eu perdi uns 5 kg e minhas taxas de glicose começaram a cair. As roupas estão todas frouxas”, conta. O taxista costuma comprar a fruta no bairro de Ouro Preto, em Olinda.

O noni é originário do Sudeste asiático e costuma ser encontrado largamente no Taiti, ilha da Polinésia. Apesar de, supostamente, ter efeitos terapêuticos e medicinais, produtos derivados da fruta têm a comercialização proibida no Brasil. A empresa norte-americana Morinda, que produz o suco Tahitian Noni, encerrou as operações no país em maio de 2009, alegando ser alvo de “muitas exigências dos órgãos governamentais”.
Venda de sucos, extratos e vitaminas extraídos do Noni são proibidas pela Anvisa (Foto: Renan Holanda / G1)Venda de sucos e vitaminas extraídos do Noni é
proibida pela Anvisa (Foto: Renan Holanda / G1)
Os vários produtos da empresa, incluindo o suco, continuam sendo comercializados em cerca de 30 países, incluindo alguns sul-americanos como o Uruguai, Chile, Peru e Paraguai. Para a Anvisa, não há respaldo científico para as supostas propriedades medicinais ou terapêuticas do noni. "São falaciosas as promessas de cura com base no consumo”, diz a agência.

A nutricionista e professora da faculdade Maurício de Nassau Ana Lígia Lins explica que o noni se encaixaria na categoria de alimento funcional, aquele que traz benefícios além dos meramente nutricionais. No entanto, há uma carência de comprovações dos benefícios da fruta. “Essa comprovação requer várias etapas, como a quantidade a ser ingerida, a toxicidade do produto. O noni não tem essas comprovações, portanto não há propriedade para prescrevê-lo a um paciente”, afirma.

Ana Lins, todavia, ressalta que não há restrição ao consumo saudável do alimento (uma fruta a cada dois dias, por exemplo), quando o noni é parte integrante de uma dieta, assim como qualquer outro alimento. O problema, diz ela, está no fato de tratar a fruta enquanto remédio: “As pessoas costumam consumir o suco de noni acreditando que ele fará milagre, argumentando que é algo natural. Também existe veneno natural. Ainda há vários questionamentos sobre o noni a serem respondidos”, pondera.
No quintal de casa
O radialista e funcionário público Geraldo Clemente, 52 anos, é outro defensor do noni. Ele virou consumidor da fruta há cerca de um ano, quando procurava uma forma de resolver problemas na próstata. “Conheci por meio de um colega, aí fui pesquisar na internet. Como a ‘garrafada’ era muito cara, resolvi plantar umas sementes e fazer tudo em casa mesmo”, conta. Clemente, morador de Tejipió, Zona Oeste do Recife, tem três pés do fruto no quintal e prepara dois litros da “garrafada”, usando três nonis e 50g de uvas pretas.
Funcionário público Geraldo Clemente e o pé de Noni que plantou em casa (Foto: Renan Holanda / G1)Geraldo Clemente tem três pés de noni em casa
(Foto: Renan Holanda / G1)
Ele perde as contas quando enumera os benefícios conquistados desde que começou a beber o suco com frequência: disposição sexual, boas taxas de colesterol e triglicerídios, além de ter curado a incontinência urinária, decorrente da doença na próstata. “Coloco dois dedinhos num copo e tomo pela manhã, em jejum, e também à noite, antes ou depois do jantar. Os resultados são tão bons que nem tomo mais a medicação receitada pela urologista”, afirma.

O taxista Paulo César Tavares começou a tomar o suco de noni no começo de março e também pretende cultivar a fruta por conta própria. Assim como Clemente, o condutor só enxerga benefícios ao falar das propriedades do noni. “Eu era depressivo, não conseguia acordar cedo. Agora, levanto às 4h30 todos os dias e nem tiro mais um cochilo depois do almoço, como sempre fazia”, conta.

Foi por causa de Tavares que o também taxista Sales Damasceno, 50 anos, virou consumidor do noni. Mesmo achando o gosto ruim, ele faz e bebe o suco. “Comecei a tomar só para manter minha saúde em dia mesmo. Não tenho nenhum problema grave”, diz. Damasceno chega a gastar cerca de R$ 50 a cada duas semanas para poder comprar a fruta.
Preço salgado
O noni é encontrado facilmente nos mercados públicos e feiras livres da Região Metropolitana do Recife. O preço, no entanto, não é dos mais convidativos. No Mercado de São José, no centro da capital pernambucana, é possível encontrar o quilo da fruta por R$ 15. Uma unidade é vendida por R$ 2. “Eu vendia (o noni) muito bem há um tempo, mas hoje em dia a procura caiu bastante. Todo mundo está plantando em casa”, reclama o comerciante Rivaldo Souza, responsável por uma barraca de frutas no Mercado de São José. No centro de compras, ainda dá para achar abertamente vitaminas e extratos de noni, cuja venda é proibida. O preço é mais acessível do que o da fruta: uma garrafa com 500 ml sai por R$ 10.
Fonte: G
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